13.9.11

Resenha: I'm With You

Depois de muitas resenhas lidas, além de muitas audições, chego à conclusão de que o novo álbum dos Peppers não veio apenas para 'preencher uma lacuna' no tempo: após cinco anos e sem John Frusciante, os RHCP lançam um álbum conciso, inovador e ao mesmo tempo clássico dos caras da Califórnia.

O que eu esperava, por não contar com Frusciante em sua produção, era algum trabalho mais parecido com One Hot Minute, sem grandes candidatos a sucesso, e com certas músicas experimentais em demasia. Só não esperava uma passagem tão sombria como a de 1995.

Klinghofer caiu como uma luva no RHCP

O registro inicia com um grande candidato a single, ao meu ver. Monarchy of Roses começa com muitos efeitos, me lembrando justamente, um single de One Hot Minute: Warped. Mas isso só fica nos segundos iniciais, logo depois essa sensação fica pra trás e a música vai conduzindo de forma mais lenta e tranquila para desaguar num ótimo refrão. A pegada da música inicial é boa o suficiente pra animar a audição das demais, que segue com a ótima Factory of Faith, que tem uma boa pegada e o baixo marcante de Flea. Seguindo, temos Brendan's Death Song, que me lembra faixas consagradas deles como Dosed e Snow. O momento de entrada das baquetas de Chad Smith é providencial, e a música evolui de forma empolgante, principalmente levada pela grande composição da guitarra. Grande som, bom pra single, também. Ethiopia começa mostrando os dotes de Micheal Balzary no baixo, e tem grande refrão. Depois, mais uma pausa para uma canção mais tranquila: Annie Wants a Baby merece atenção pelo vocal e pela levada de guitarra no decorrer dela, além de ter um segundo refrão muito bom. Voltando ao agito, Look Around tem uma levada de mais groove que as demais faixas, e Tony Kiedis se destaca no grande refrão. The Adventures of Raindance Maggie segue a linha groove, mas apresentando um refrão mais pegajoso. A seguir, a estranha Did I let You Know? que tem forte pegada caribenha, pela sua melodia. Achei estranha sim, ao contrário de muitas outras resenhas. O trompete na faixa é o grande destaque dessa que é bem trabalhada, mas para mim, o ponto baixo do registro. Goodbye Hooray me prendeu a atenção desde a primeira audição, considero essa a melhor do álbum. Agitada, com rápidas sessões na bateria, possui um refrão poderoso e uma guitarra vibrante, sem falar do excelente baixo que Flea nos proporciona novamente, culminando num 'solo' incrível. Ótima pra explodir nas rádios. Happiness Loves Company apresenta-nos um piano, inédito para os Peppers, e tem a bateria como outro destaque; Police Station começa lenta, mas possui um grande refrão, que na segunda passagem ganha muito corpo com o grande backin' vocal de Klinghofer. Backin vocal esse que me lembra Midnight, uma das minhas preferidas com Frusciante cantando ao fundo. Junte esse esse elemento à grande contribuição do piano, e se tem uma das melhores canções de I'm With You. Depois, temos Even You, Brutus?, que começa de uma forma um tanto quanto diferente, mas possui grande refrão. Meet Me At The Corner me leva ao passado, lembrando alguma faixa perdida de Californication. Grande evolução dessa que, faltando cerca de 1:30 pra acabar, ganha uma melodia inconfundível, hipnotizante. Pra encerrar, temos Dance, Dance, Dance, que comos outros já citaram, não foi grande escolha pra encerrar esse grande álbum, mas segue o alto nível de composição dos Peppers.

Enfim, I'm With You tem como destaque a inovação (os trompetes, o piano, além de teclados) além de abusarem do baixo, mais que o normal. A guitarra não ganha tanto destaque, mas Josh Klinghofer cumpre com maestria seu papel, fazendo até ótimos backin' vocals. Pra mim, um grande álbum, bastante homogêneo, e diferente de muita coisa que esses caras já fizeram. Sem um candidato a um grande hit, mas também sem alguma 'grande decepção'. Belo álbum, que me anima ainda mais pro show do dia 21.

Abaixo, a minha preferida desse álbum, ao vivo na Alemanha:





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