22.4.12

Rock da vez [8]

O rock da vez mais uma vez vai pro Pink Floyd. Agora baixei Echoes, a coletânea dos caras, e tem muita coisa boa. Essa é das antigas, do primeiro disco (The Piper At The Gates of Dawn), com grande contribuição de Syd Barret, que compôs a faixa e cantou. Ouvindo falar de Pink Floyd, você imagina qualquer novidade e experimentalismo vindo deles, mas essa faixa surpreende. Tem até um cometário no "vídeo" dizendo que essa música se parece com algo entre The Beatles e The Doors, e é por aí mesmo. To cantando os versos dela na minha mente a algumas horas já:



Só um motivo pra não ter postado essa semana: podre da gripe. Agora acho que passou.

17.4.12

Genial

Cara fera é isso aí.



Achei por um momento que ele ia esquecer do PJ e Oasis


Ah, e como não podia deixar de ser, o dia 15 (anteontem já) não passou em branco não. Domingo completou onze anos da morte de nada mais nada menos que Joey Ramone. Pois é.

11.4.12

Jockey Clube, 07/04/2012



Ficou evidente desde a escalação das bandas, que o primeiro dia do Lollapalooza Brasil se resumia em um show do Foo Fighters com várias bandas de abertura. Talvez esse efeito fosse um pouco minimizado se a banda liderada por Dave Grohl fizesse mais alguns shows por aqui.

O sol escaldante da capital paulista não acalmou os ânimos da multidão que crescia em número dentro do Jóquei Clube. A organização da entrada foi muito boa e rapidamente já estava pisando na grama. Começando a tarde com Wander Wildner, que apresentou um ótimo show, onde faltou apenas a clássica "Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo" (pelo menos não cheguei a tempo de ouvir). Passado alguns minutos na sombra ao som de Marcelo Nova, o Cage the Elephant sobe ao palco Butantã as 15 em ponto e fez uma boa apresentação também. O frontman da banda tinha uma grande presença de palco e na segunda música já tinha se atirado na plateía, que foi a loucura. O cara tava no brilho, só pode. Conhecia algumas músicas da apresentação, e me pareceu que o som estava meio prejudicado, principalmente na guitarra e no vocal. Os destaques vão para músicas como a de abertura "In One Ear" e "Back Against the Wall". Mas os sol escaldante me fez procurar uma sombra antes do fim dessa apresentação.

Wander Wildner no Palco Butantã

Sendo testemunha do êxodo de pessoas que estavam no palco Butantã para o palco Cidade Jardim (o do Foo Fighters), chegamos a conclusão que seria melhor se bandear para aqueles lados o quanto antes. Com isso, conferi o agitado show d'O Rappa, que é um grupo que respeito, e fez a galera cantar vários clássicos do grupo de Falcão e cia. Show bom, o que fazia o tempo não demorar tanto a passar. Quando acabou o show do O Rappa, algumas pessoas até que se retiraram do palco Cidade Jardim, mas já era perceptível que milhares de pessoas já iam ficar por ali desde as 5 até as 8h30, horário do Foo Fighters. Nesse meio tempo, 1 hora de fila pra comprar comes & bebes pro pessoal (deveria ter comprado todos os tickets antes), onde era tudo múltiplo de 4 reais. Ô cotação mais alta dessa tal de "Pilapalooza"! Mas tudo bem. Até voltar ao lugar que "reservamos", TV on the Radio já estava no palco, e presenciei um bom show. Gostei mesmo, mas como estava me preparando para mais tarde, preferi ficar sentado/deitado, assim acabei só ouvindo o show inteiro quase. Depois disso, mais 1h15 de espera, que até não demorou tanto.

Isso porque o Foo Fighters subiu ao palco com uma pontualidade invejável (digno de Guns n' Roses), e ali já ganhava muitos pontos com o público. A expressão de Dave Grohl, de alegria, de satisfação por estar no Brasil após 12 anos estava estampada no seu rosto. E no meio daquele agito inicial entre banda e platéia, surgem os riffs iniciais de "All My Life". Muitos não esperavam essa música para abrir o show, inclusive eu. A surpresa foi muito boa, logo de cara eles soltam uma de minhas preferidas. Não deixando o público ficar parado, eles disparam a clássica "Times Like These" e "Rope", um dos singles do último álbum. Depois de todo o agito causado por "The Pretender" foi a vez da galera cantar em coro "My Hero". Na sequência, ainda tinha "Learn To Fly". Tantas clássicas logo de início poderiam fazer qualquer um pensar que a apresentação perderia o nível nos blocos seguintes. Com muita conversa entre Grohl e o público, o show seguiu com "White Limo" e "Arlandria", duas faixas de "Wasting Light". Quando Dave pega sua guitarra e dá seus primeiros acordes, logo imaginei "Breakout!". Não deu outra. O coro do público cantando o primeiro refrão, com a banda apenas apreciando foi um dos momentos mais marcantes do show. Mais um ato terminado, hora de uma jam. Dave apresenta os membros da banda, que mostram suas habilidades, e quando chega a vez de Pat Smear, eu pensei que finalmente iria ver ele mostrar suas habilidades e justificar sua participação no Nirvana e no Foo Fighters. Mas o cara simplesmente pega a guitarra e esfrega na caixa de som. Claro que a galera vai a loucura com a atitude, aplaude e grita, mas Smear ainda fica devendo. Quando Taylor Hawkins é apresentado, todos aplaudem muito ao que é um dos grandes bateristas da atualidade. Ele faz seu solo, mas chama Grohl para as baquetas, o que o público aprova com louvor, é claro. Isso tudo era uma justificativa para Hawkins ir para o microfone cantar "Cold Day in The Sun", uma das faixas mais melódicas e lentas da apresentação. Voltando a frente do palco, Grohl inicia a grande "Long Road To Ruin", e depois, finalmente, uma música do primeiro CD, "Big Me". Aí, uma de minhas preferidas começa a tocar: "Stacked Actors" tem que estar em qualquer show dessa banda. A faixa se estica com mais alguns minutos de jams onde na vez de Smear se apresentar, ele quebra sua guitarra e sai do palco. O auge dessa foi quando Grohl toca um trecho de "Feel Good Hit of The Summer" do Queens of the Stone Age como intro do derradeiro e matador último refrão. Com essas últimas faixas, o público deu uma esfriada, pelo que pude perceber, mas "Walk" tratou de agitar tudo novamente. "Generator" não é unanimidade entre o público, mas curti a escolha pro set. "Monkey Wrench" voltou a agitar a galera e fez Grohl se preparar melhor para fazer seu característico berro. Faixas mais antigas como "Hey, Johnny Park!", "This is a Call" e o cover de Pink Floyd "In The Flesh?" (curti essa, não sei porque), deixaram o publico mais parado. Mas "Best of You" não. Todos cantaram a faixa inteira, e surpreendaram a banda com os milhares de cartazes com "OH!" na hora do coro final. Grande fim da primeira parte do show.

Dave Grohl se diverte no LollaBr

Com Grohl e Hawkins, no telão, brincando com público e negociando quantas músicas mais deveriam tocar, ficou perceptível que essa banda é diferenciada das demais no cenário atual. Chegando ao consenso de que tocariam mais 5 canções, eis que os caras nos surpreendem novamente: primeiro porque acabaram tocando mais 6, segundo porque voltaram com a rápida, pesada, e surpreendente (pro setlist) "Enough Space", e depois seguiram com a antiga "For All the Cows" e a novíssima "Dear Rosemary". E por último, por chamarem ao palco a grandiosa Joan Jett, após vários agradecimentos de Dave à ela mesma, Perry Farrel, Jane's Addiction ("Eles foram o Led Zeppelin da minha geração!") e ao Lollapalooza. Tocaram "Bad Reputation" e "I Love Rock And Roll", mais clássicas, impossível. Depois, para a alegria geral da nação, a esperada e até certo ponto previsível - quem se importa - "Everlong". Épica, e emocionante, fez algumas dezenas de pessoas entoarem seus versos.

Fim de show, Grohl agradece ao público com beijos e corre de um lado ao outro do palco com a famigerada bandeira do Brasil. Missão cumprida com êxito, superando problemas na garganta, que em alguns momentos foram visíveis, digo, audíveis. Aos que presenciaram esse momento, restou voltar pra casa, e guardar na memória esse show histórico, o que não deve ser muito difícil.

Para mim, poderia rolar algumas músicas do debut album, como "I'll stick around" e "Oh, George", ou até as mais recentes "Bridge Burning" e "Back and Forth", mas não tem como tirar qualquer faixa escolhida pro set pra substituir. Para mim, as passagens mais marcantes dessa apresentação ficaram com "All My Life". "Breakout", "Stacked Actors", "This is a Call" e "Best of You". O set completo, aqui.

6.4.12

O que o dia 05/04 tem de errado?

Alice In Chains: há 10 anos Layne morria vítima de overdose

05/04/1994: Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, suicida-se no auge da fama

05/04/1998: Cozy Powell, lendário baterista, morre após um acidente de carro


Que zica ein, dia macabro.


Mas o que importa agora é o dia 07, o tão esperado Lollapalooza chegou, vamos ver no que vai dar. Grandiosa atração da primeira noite, o Foo Fighters fez um show na Argentina essa semana, e eu curti o set. Com covers de Ramones, Pink Floyd, Queens of The Stone Age e uma jam com a Joan Jett não tem como ficar ruim, né? Só tomara que os problemas que Dave tem tido na garganta não o atrapalhem amanhã.

4.4.12

Estádio do Morumbi, 01/04/2012


Se me perguntassem a alguns meses atrás se eu iria em um hipotético show do Roger Waters, eu iria perguntar: "Quem é esse cara?", e na verdade foi o que fiz, no fim do ano passado. Nunca fui muito propenso a escutar Pink Floyd, escutava lá de vez em quando as antológicas "Another Brick in The Wall Pt.2" e "Wish You Were Here". Pois bem, acabei baixando o "The Wall" por curiosidade, só que mais por vontade de ouvir "Comfortably Numb" em um fatídico dia. E poucos dias depois, quando percebi que estava ouvindo o álbum umas 50 vezes ao dia, resolvi embarcar no espetáculo que Roger Waters iria nos proporcionar aqui no Brasil.

Quanto a organização do show, foi a melhor que eu já presenciei. Isso porque "The Wall Live" precisava ser apresentado em uma area/estádio. Em outros shows as pessoas formavam uma fila quilométrica pra se afunilar em uma única entrada. A entrada foi rápida, e a escolha do lugar não foi muito complicada, visto que entrei no estádio umas 2 horas e meia antes de o show começar. Primeiro show sem ser na pista. Olhei para cima, em um dos refletores, e percebi um pequeno avião pendurado, com um cabo que o levava até o grandioso muro, somente esperando a sua hora de entrar em cena. A empolgação só aumentava.

Avião pronto pra entrar em ação
O tempo até que passou rápido, apesar do pequeno atraso (15 minutos). Mas quando os projetores se voltaram ao muro, as luzes do estádio se apagaram, e os primeiros acordes de "In the Flesh?" saíram das várias torres de som em volta do estádio, tive a certeza de que um grandioso espetáculo estava por vir, se é que restava alguma dúvida disso. Ao fim da música, o avião faz seu papel, atigindo o muro, e o efeito sonoro de sua queda e impacto foi incrível. Fogos de artifício e um show de luzes escerraram a primeira faixa. Seguindo, "The Thin Ice" para dar uma acalmada nos ânimos. Depois, uma das melhores sequências do álbum (Another Brick in The Wall Pt.1/The Happiest Day of Our Lives/Another Brick in the Wall Pt.2) já me fez pensar que o show poderia acabar ali, que o ingresso já tinha valido a pena. O efeito sonoro do helicóptero que inicia "The Happiest" foi incrível, e as crianças cantando a segunda parte de "Another Brick", também. Ao final, todas elas "atacando" o gigante professor que atormenta suas vidas. O show poderia ter acabado ali, mas ainda tinha muito, mas muito mais. A grandiosa "Mother" foi entoada por muitos, e o solo em que ela culmina é um dos melhores da peça. "Goodbye Blue Sky" serviu para dar mais uma acalmada, e as imagens no telão foram espetaculares. Uma de minhas favoritas do primeiro ato, "Empty Spaces" (para mim uma introdução a "Young Lust") ficou meio camuflada com a entrada de "What Shall We Do Now?" no meio, música ausente no álbum. "Young Lust" apresenta grandes guitarras e imagens "calientes" no telão/muro. Após isso, "One of My Turns", que apresenta grande evolução. Então, uma de minhas preferidas do álbum, que não decepcionou na apresentação: "Don't Leave Me Now". Para encerrar o primeiro ato, mais uma pitada de "Another Brick in the Wall", na sua terceira parte, "The Last Few Bricks", outra ausente no disco, e a melancólica "Goodbye Cruel World", para deixar o muro completamente fechado. Era hora do intervalo, luzes acessas novamente.


Depois de 20 minutos em que o palco serviu de mural para apresentar vítimas de guerra, as luzes se apagam novamente e os acordes marcantes de "Hey You" levantam o público na mesma hora. Nesse momento o show estava focado apenas nas projeções do muro e os efeitos sonoros, visto que a banda estava atras do colosso de 11 metros de altura. Uma de minhas preferidas do segundo ato, "Is There Anybody Out There?", também marcou pelas imagens exibidas e pelos seus acordes finais. Uma abertura é feita no muro, e então temos Roger Waters sentado em uma poltrona, em um cenário de hotel, cantando "Nobody Home" e depois "Vera" e "Bring The Boys Back Home" com imagens de soldados voltando pra casa. Essas quatro belas canções têm para mim o pretexto de nos preparar para o momento mais marcante e emocionante da noite. A épica "Comfortably Numb" fez os milhares de fãs se levantarem nas arquibancadas novamente e entoarem seus versos. Com Waters a frente do muro, efeitos visuais hipnotizantes e solos memoráveis da guitarra de Dave Kilminster, o público ficou confortavelmente estasiado. Para seguir e quebrar um pouco o gelo, temos "The Show Must Go On" e "In The Flesh!", que agitou o público novamente, com belas cenas e muita crítica social envolvida. Outra que empolgou bastante o público foi "Run Like Hell", e "Waiting For The Worms", com Waters de megafone, nos hipnotizava com suas imagens e nos preparava para o gran finale do show. Com "Stop" como preparativo, "The Trial" encantou com a animação exibida, culminando com a tão esperada derrubada do muro, aos gritos de "Tear down the wall!". Para encerrar, "Outside The Wall", tocada aos aplausos do público, e após isso, Roger Waters apresenta cada um dos músicos enquanto eles vão deixando o palco. Fim do espetáculo, ali, no estádio, mas não na memória das aproximadamente 70 mil pessoas que presenciaram esse épico.
 

Setlist 
- Parte 1:
1 - In the Flesh?
2 - The Thin Ice
3 - Another Brick in the Wall (Part 1)
4 - The Happiest Days of Our Lives
5 - Another Brick in the Wall (Part 2)
6 - Mother
7 - Goodbye Blue Sky
8 - Empty Spaces
9 - What Shall We Do Now?
10 - Young Lust
11 - One of My Turns
12 - Don't Leave Me Now
13 - Another Brick in the Wall (Part 3)
14 - The Last Few Bricks
15 - Goodbye Cruel World

- Parte 2
1 - Hey You
2 - Is There Anybody Out There?
3 - Nobody Home
4 - Vera
5 - Bring the Boys Back Home
6 - Comfortably Numb
7 - The Show Must Go On
8 - In the Flesh
9 - Run Like Hell
10 - Waiting for the Worms
11 - Stop
12 - The Trial
13 - Outside the Wall