8.4.11

Breve Review


Chego em casa, e eis que finalmente me deparo com o que estava esperando pra mais de semana. Vejo aquele papelão em cima da cama, abri com todo o cuidado do mundo, e já vou rasgando a capinha de plástico para olhar o encarte. A quanto tempo não tinha a sensação de comprar um CD (ou de ganhar).

Resolvi unir o útil ao agradável, quando descobri que o Queens of the Stone Age estava para relançar seu álbum "Debut", de 1998. Comprei, e não me arrependo, como em qualquer outra aquisição que eu tenha feito relacionada à música. Claro, eu já tinha esse álbum, na sua versão original, baixado. Mas não há nada igual à sensação de comprar um CD e curtir o encarte enquanto vai curtindo as músicas.

A primeira vez que escutei o QOTSA faz uns cinco anos. 'In my head' era disparada minha música preferida na trilha sonora de um jogo tal chamado 'Need For Speed Underground', o 2 até, se não me falha a memória. O tempo passou, e eu sofri calado, não deu pra tirar ela do pensamento, e meu conhecimento sobre a banda só se resumia a isso. Até que um certo dia, estava eu ocioso no youtube e resolvo ver o vídeo de uma tal música chamada 'Go with the flow'. Acredito que foi a única música até hoje que me deixou totalmente vidrado no som, a ponto de repetir várias vezes o mesmo vídeo, NA PRIMEIRA VEZ QUE OUVIA A MÚSICA. Nunca mais isso me aconteceu, com nenhuma outra banda. Daí pra frente foi só conhecer todo o repertório da banda e curtir a que foi considerada por muitos a melhor apresentação internacional no Brasil (tirando Paul McCartney, claro).

Sobre o CD. O Self-Titled relançado esse mês (remasterizado) começa com tudo: toda a pegada stoner presende na marcante "Regular John", onde a guitarra marca e o refrão martela na cabeça por algum tempo. Segue com "Avon", com muita pegada e belos solos de guitarra, e de bateria. "If only" marca pelo seu riff, logo nos primeiros acordes ela já ganha sua atenção. O álbum prossegue com "Walking on the sidewalks", "You would know" e aquela que até então era desconhecida pra mim. "The bronze" já foi apresentada várias vezes pela turma de Joshua Homme, mas nunca havia sido lançada oficialmente. Grande música essa. "How to handle a hope", tem a sua pegada, e segue a linha das músicas mais agitadas do primeiro álbum. "Mexicola" é a minha preferida do álbum, e uma das melhores de toda a carreira do Queens. A intro no baixo é marcante, bem como toda a composição do instrumento, que dita o ritmo de toda a música. "Hispanic Impressions" e "You can't quit me baby" são canções que mostram o que os próprios membros da banda definem como o 'stoner rock': melodias repetitivas, que fazem você viajar, sem necessidade de drogas ou alucinógenos. "These aren't the droids you're looking for", instrumental, curti à primeira passada, aqueles riffs repetitivos causam uma estranha calma. Voltando à pegada, à batida, ao Rock and Roll, temos a ótima "Give the mule what he wants", que também merece um destaque no baixo, mas quando a guitarra entra, é ai que vemos pra que o Queens veio, pra que o QOTSA surgiu. "Spiders and vinegaroons" é outra nova, tenho que escutar mais ainda, é outra instrumental, aparentemente mais lenta que a anterior. O álbum termina com "I was a teenage handmodel", certamente a música mais estranha do CD. Isso porque ela é de uma calma, de uma leveza que chega a causar espanto. Apesar de o álbum perder velocidade e ganhar uma pegada mais 'viagem' ao longo de sua execução, ninguém conseguiria imaginar o álbum terminando da forma como termina. Música fantástica, que impressiona e mostra que os caras tinham algo a mais, o que foi comprovado ao longo dos anos: sua versatilidade e criatividade para inovar na composição das músicas.

Por fim, é um grande álbum, que marcou o início de uma das melhores (se não a melhor) banda dessa tão contestada década passada.

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