14.12.10

Especial: Bandas 'B-sides'

Estava eu aqui tranquilamente, sentado na cadeira da cozinha- já que minha super cadeira presidencial foi pro espaço- escutando meu habitual rock, quando na minha playlist random me aparece uma banda da qual eu prezo muito, e que nem é uma das mais 'badaladas': Scars on Broadway.


Jogo dos Sete erros, com Daron Malakian: versão 2000 X versão 2008


A banda surge a partir do recesso do System of a Down: o guitarrista e backin vocal Daron Malakian, e o baterista John Dolmayan se unem ao guitarrista Franky Perez, o baixista Dominic Cifarelli e o tecladista Danny Shamoun para entrar em estúdio e lançar o álbum, homônimo, em 2008. O lançamento se deu no ano seguinte ao do lançamento do CD solo de outro conhecido dos fãs do SOAD: Elect the Dead, do Serj Tankian.

Como haviam muitas viúvas do System of a Down por ai, o pessoal tinha que se debruçar em alguma outra coisa, que no mínimo, fosse parecido aos ouvidos com o SOAD. E ai, o inevitável aconteceu: qual dos projetos ficou melhor, Serj ou SOB?

Eis a questão.

Pelo que pude ver, ai pelo mundo afora, pesquisas datafolha indicam que a grande maioria foi mais com a cara de 'Elect the Dead' do que de 'Scars o Brodway'. Acredito em um bom motivo: o System of a Down estava se direcionando pra um lado totalmente diferente do que era quando começou, aquele rock mais cru, com os gritos atômicos do Serj, combinados com a guitarra até certo ponto, irreverente do Daron, e em algumas músicas, com os berros obscuros de Shavo (vide ATWA). Os shows ficavam perfeitos, se comparados ao estúdio pois as músicas, principalmente dos três primeiros CD's, não eram recheadas de efeitos, como em Mezmerize/Hypnotize. Esse tipo de coisa me faz admirar o trabalho de uma banda, pois assim a banda por si só, ao vivo, consegue apresentar seu repertório sem necessidade de bandas de apoio ou até playbacks. Com o tempo o System of a Down começou a incrementar suas gravações, e o Daron apareceu muito mais com seu backin vocal potente, e ele foi além, gravando o vocal de algumas faixas (Lonely day, Kill rock n' Roll). Muitos não gostaram disso.

Eu até achei uma boa alternativa, acho legal bandas que variam o vocal (Oasis, Blink 182), mas a sonoridade dos ultimos CD's e principalmente as apresentações ao vivo me fizeram deixar o SOAD mais de lado.

O Surgimento do SOB, pra mim é o que seria o SOAD nos anos seguintes, mas as músicas tem uma boa pegada, e o vocal do Daron ficou muito bom pra sonoridade, levemente virada ao rock alternativo, com guitarras bem menos pesadas e mais melódicas, com rápidas sessões na bateria, e que agrada ao ouvir na primeira vez.

O CD do Serj parece mais o SOAD como era antigamente, apimentadamente crítico quanto a política, mas bem menos metal: sem os berros, mas com letras inteligentes e, em algumas vezes com o humor dos bons tempos do SOAD.

Por fim, os dois CD's são muito bons, mas Scars on Broadway conquista com suas músicas dos clássicos 3 minutos, direto ao ponto, e com melodias marcantes e que entram na sua mente aos poucos; não é nada viciante, você vai admirando aos poucos e no fim você percebe que já conhece todo o álbum.

Olhando alguns vídeos de show do SOAD da turnê Mezmerize/Hypnotize, e comparando ao som do SOB, penso duas vezes se quero mesmo o SOAD devolta.

Mas, agora está ai, o System voltou, grande notícia. Tomara que essa pausa traga bons fluídos pros Armenos, de preferencia misturando os protestos políticos de Serj com a sonoridade de SOB, mas, é claro, sem deixar de lado as origens do System.

Ah, vale destacar They Say, Whoring Streets, e Babylon, do Scars: ótimas canções.

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